Manter um todo mais ou menos ordenado de modo que se possa formar uma imagem passível de ser compreendida por nossos olhos excessivamente mundanos é um trabalho realmente difícil e custoso. A instabilidade é crucifixo e o desprezo, meu demônio, carinhosamente alimentado a sangue e suor, leve-se em conta. Por essa pequena razão, necessito manter uma distância tal que sua energia não seja capaz de desnaturar minhas moléculas neutralizadas por insuficientes noites de sono e fins de semana em desertos de ruído. Neutras? Sim. Mais pela impossibilidade de não ser como Quasimodo do que por ter me conformado ainda nascituro. Não é tão difícil, meu caro, viver com pesar. Qualquer dia se aprende a seguir sem ele. Quem sabe assim se possa passar mais tardes sorrindo da janela; um sutil sinal de indiferença que extrai sua segurança da crença de que a raridade com que raciocinas não o permitirá notar absolutamente nada, até que eu me canse e feche a janela.
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