26 de setembro de 2011

Das olheiras

Não é que perco noites, durmo demais. Contribui-me para a "boa" aparência aquelas músicas que todos odeiam e que me alimentam, aquelas histórias que a todos arrepiam e que a mim excitam. Aquelas donzelas corajosas que encaram a morte como se duma amiga íntima se tratasse, ah, a essas eu me entrego, dum modo que somente Edgar conseguiria, ainda que jamais o tenha feito. Essas vozes, que penetram a pele e estremecem os ossos, de divino e satânico compõem-se. Os graves e agudos, aqueles lamentos e choros baixos ao fundo e essa resignação ao mais profundo de cada sujeito, eis minha atual fonte de prazer. O usufruto em mim manifesta-se como no demônio de olhos roxos da poesia abandonada. Daí minhas olheiras.

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