16 de dezembro de 2011

Fonte dos Desejos

Empobreci. Graças! Graças! Não me sobrou um tostão para um anseio paralelo ou futuro. Mas a preocupação é ínfima, se comparada à expectativa de felicidade, mesmo que não merecida. Esse é o grande trunfo das fontes. Não há julgamento, conceito - pré ou pós. Há o bater mais forte do coração, a esperança, e, admitemos, a resignação, se, no fim, o mísitico tornar-se inadimplente. Eis o risco. Não há a quem cobrar. As peças metálicas sob a pressão das águas e apoiadas pelo mármore secular ficarão lá para sempre, ou pelo menos até um pobre coitado faminto coletá-las. Os meus pedaços, porém, ninguém coletará. Servirão de aviso para os jovens desentendidos ou para os corações desesperados. Sem delongas, meu desejo é que seu prazer me acompanhe para todo o sempre, uma vez que em meu corpo nada disso resta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário