18 de agosto de 2011

Non-serial killer

Nem sempre é matar ou morrer. Para nós, no mais das vezes, é matar, somente. Olhei para o pequeno inseto abatido por metros, agonizando no assoalho, e pus-me a especular se tolheria sua vida ou não. Decidi que não. Mas o "não" não era mais forte que o medo de um ser inofensivo. É por isso que se mata? Por medo? Por sadismo também, deveras. Mas não sou sádico. Sou ordinário demais, até. Um acesso de loucura, talvez, assistir ao corpo decompor-se, em busca de cura para a apatia. A crueldade foi o ato em si, que busca absolvição na leva de justificativas que se me apresentam. Não ter sido capaz de conceder um velório decente a um ser muito superior a mim em qualquer aspecto só não é mais incômodo do que a constatação de que essa inferioridade que me imponho contradiz a massa de puro egocentrismo dos meus "semelhantes". No fim das contas, morrer não é, de maneira alguma, pior que matar.

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